Capítulo 09: Sem Saída

 

Continente de Eversephsa
Reino de Theotgrad
Região de Dissyith Baktah no feudo de Dakmar
Interior da caverna Rashaag na ilha de Cythir Xuseror

 

Data indefinida…



    
        O grupo se espalhou pela sala em busca de maiores informações, mas não levou muito tempo até concluírem a investigação.

 

                - Nenhum sinal do tal Beringela. – Elhud comentou depois de dar uma boa olhada.

 

A única entrada e saída do lugar era pela passagem por onde vieram e todo o resto não era mais que um amontoado de pedras de todo tipo e tamanho.

 

                - Encontrei algo aqui. – Nathur falou segurando um papel. – Acho que é outra página do diário.

                - E o que está escrito? – Elhud perguntou sem desviar os olhos do canto para o qual olhava.

                - Você quer ler?

                - Eu já não disse que não sei ler?

                - Eu sei?

                - É claro que você sabe. Foi você que leu da outra vez!

                - Não... Eu sei que você não sabe?

                - Que?! – a ladra parou o que estava fazendo e olhou para Nathur, completamente confusa. – Do que você tá falando?!

                - Você está fazendo isso de propósito, não é? – Medran sussurrou para o bardo que tentava conter um sorriso.

                - Ahn... Talvez? – ele respondeu baixinho. – Tudo bem. Então eu vou ler.

 

Dia da quinta noite de Egregoro do quarto ano de Raquin O Grande
Margens litorâneas de Cythir Xuseror.


Depois de dias investigando finalmente relato minhas descobertas, mas me recuso a fazer isso no interior fétido daquela caverna.

Posso afirmar com certeza que o altar foi construído durante a era da Guerra dos Deuses, mas não consigo dizer para qual objetivo.

Há uma fenda na pedra que para olhos descuidados não pareceria mais do que um buraco qualquer, mas tenho certeza que se trata de algo mais. Durante o dia um feixe de luz atravessa um buraco no teto da caverna e ilumina diretamente o altar, sendo que em determinado momento a fenda fica bem ao centro deste feixe.

As outras passagens da caverna não levam a lugar algum. Há apenas um corredor em linha reta que foi entalhado na própria montanha até parar diante de um grande bloco de pedra lisa.

Pelos recortes laterais parece se tratar de uma porta, mas não encontro meio de abri-la.

O que estou deixando escapar?

Até o momento nada mais dá qualquer informação sobre o que falam deste lugar.

 

                - Dia da quinta noite de Egregoro... – Iuha havia se posicionado junto a Gathes fazendo a guarda junto a entrada daquela sala depois de concluir que não havia mais nada a se observar. – Essa página é anterior a primeira que encontramos.

                - Bem, acho que podemos pelo menos supor que ele passou por aqui. – Nathur fala enquanto lê a página mais uma vez apenas para si mesmo. – Ele diz ter certeza de que o altar foi construído durante a era da Guerra dos Deuses. Medran, o que isso quer dizer? Será que essa aí é uma figura da tal divindade?

 

O bardo aponta para a estátua enquanto volta seu olhar diretamente para a sacerdotisa que continuava a analisar com cuidado cada pequeno detalhe esculpido.

Medran então baixou o lampião e se afastou alguns passos, se aproximando um pouco mais do grupo que continuava a esperar por sua resposta.


Elhud

               
- Eu não sei… É possível. - disse finalmente, com certo incômodo estampado no rosto. – Eu nunca vi nada do tipo antes e por algum motivo esse lugar me dá arrepios...

- Ih… Quando a sacerdotisa começa a não se sentir bem, acho que é uma boa hora pra ir embora. - Elhud falou.

- Eu ainda não consigo entender. Por que alguém largaria essa estátua aqui? - Nathur tinha agora uma das mãos o mapa que havia desenhado e o iluminava com o lampião que segurava na outra. - Não faria mais sentido se ela tivesse sido colocada junto das pinturas?

- Aquele lugar parece ter sido esculpido na própria caverna. - Iuha mantinha sua atenção voltada para a escuridão do caminho por onde vieram, mas ouvia atentamente a tudo o que estava sendo dito. - Talvez planejassem fazer o mesmo aqui.

- Ou talvez nossa amiga aqui saiba responder. - Elhud apontou para Soe e as atenções voltaram na sua direção. – O que deveria ter aqui?

- Eu não sei.

 

                A resposta obviamente não chegou nem perto de satisfazer Elhud que permaneceu encarando a garota em silêncio.

 

                - Se não encontramos nem o explorador e nem a saída, então devemos prosseguir. – Gathes falou em tom rabugento. – Passamos por algumas bifurcações no caminho e eu não faço ideia do quão grande é esse lugar.

                - Podemos dar mais uma olhada naquele lago antes de continuar? – Medran falou enquanto caminhava em direção a saída. – Talvez haja algo a mais ali.

Moon Ghost

Escritor, designer, fotografo, musico, programador, ator, jogador, artista marcial e o que mais der na telha. Criador de mundos e alterador de realidades nas horas vagas.

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