Capítulo 04: Batalha na Caverna

Continente de Eversephsa
Reino de Theotgrad
Região de Dissyith Baktah no feudo de Dakmar
Interior da caverna Rashaag na ilha de Cythir Xuseror

Tarde da décima terceira noite de Tei’samus do quarto ano de Raquin O Grande

 

- Seja lá o que estiver atrás dessa porta, com certeza esta esperando pela gente. - Gathes avisou em prontidão.

 

                Diante dele os pedaços de madeira podre mal lembravam uma porta. Mesmo estando cheia de buracos era impossível enxergar com precisão o que quer que estivesse do outro lado.

 

- Todos prontos? - perguntou apenas para se certificar e assim que as cabeças acenaram um sim, chutou com força fazendo a porta e vários pedaços de madeira voar.

 

Foi como o sinal pelo qual os diabretes esperavam.

Uma saraivada de pequenas lanças voou pelo ar e três delas acabaram por atingir o homem, cravando na carne apesar das peças de armadura.

Ainda assim, com uma lança de diabrete em cada coxa e outra no ombro esquerdo, Gathes continuou a avançar.

Soe é a próxima a adentrar o lugar e sem pensar duas vezes arranca uma das lanças do corpo de seu companheiro e a atravessa no peito de um dos alvos.  Os outros membros entraram correndo em sequencia, fazendo um reconhecimento rápido de tudo o que estava acontecendo ali e se preparando para atacar.

 

- Tem alguém ali! - Medran grita e aponta.

 

A sala se revela sendo maior do que o grupo esperava.

Mais ossos e sujeira se espalham pelo chão junto de peças de armadura e armas claramente grandes ou pesadas demais para que os diabretes pudessem usar.

A única luz vem do teto e repousa sobre uma espécie de altar de pedra. Ali perto esta um homem ou o que restou dele.

Ambas as suas pernas e um de seus braços haviam sido decepados e cauterizados. Outras marcas de queimadura pelo corpo revelavam que o homem provavelmente vinha sendo torturado e servindo de alimento aos diabretes há alguns dias.

 

- Vai, Medran! - Elhud grita para a sacerdotisa enquanto dispara uma flecha errando o alvo. - Nós te damos cobertura.

- Isso não foi convincente! Isso não foi convincente! - Medran responde, mas corre mesmo assim.

 

Iuha ataca e acerta mais um. Nathur erra, mas Gathes finaliza o trabalho partindo o alvo ao meio.

 

- Tem algo mais que precisamos saber a respeito desses diabretes?! - o bardo pergunta, levemente exasperado.

- Sim... - Gathes responde, puxando a espada do corpo imóvel e se preparando novamente. - Eles são fáceis de matar.

 

Um grito agudo é ouvido a cerca de dois metros dali quando a pequena criatura avança para cima de Soe desferindo um golpe de lança.

A garota tenta se esquivar, mas o golpe a atinge perfurando o espaço entre duas costelas com a mesma força que uma criança de oito ou dez anos teria.

Ela se contorce enquanto busca suas foices para revidar, mas um tiro certeiro de Iuha da conta do trabalho.

Perto do altar, Medran termina a luta eliminando o ultimo dos diabretes.

 

- Porrete santo!!! - a garota loira grita enquanto acerta a cabeça do inimigo com a mesma habilidade de um jogador de baseball.

O diabrete cai de joelhos e Medran se volta para o homem ferido no chão.

Ela havia sido rápida o suficiente para derramar uma poção de cura em sua boca antes de se por a lutar e agora esperava pelo efeito.

O grupo da mais uma boa olhada ao redor e assim que notam o fim do perigo guardam suas armas.

 

- Que lugar é esse? - Elhud pergunta enquanto, sem perder tempo, começa a buscar ao redor por qualquer coisa que brilhe ou minimamente pareça valioso. - Esse aí é o Bergula?

- O nome é Bericwa. - Soe responde de forma categórica depois de observar o homem de membros decepados. – E não... Esse não é ele.

- Isso, isso… Bericwa. Foi o que eu disse. O que você está fazendo, Gathes?

 

Mesmo ferido, o homem caminhava por toda a sala cravando sua espada em qualquer coisa que aparentasse ter chance de voltar a se mover.

 

- Garantindo nossa sobrevivência. - ele responde mal humorado antes de desferir outro golpe em outro corpo.

- E como está o homem? - Nathur pergunta e faz com que Medran volte novamente sua atenção para ele já que havia se distraído com o que Gathes fazia.

- Ah não… Não acredito!

- O que foi?

- Ele morreu!!! - ela exclama encarando o corpo inerte do defunto. - DEVOLVE MINHA POÇÃO!

Moon Ghost

Escritor, designer, fotografo, musico, programador, ator, jogador, artista marcial e o que mais der na telha. Criador de mundos e alterador de realidades nas horas vagas.

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