Post Mood: Brain Powered - Field of Love

Ansioso demais para dormir, retorno ao computador e me ponho a escrever qualquer coisa...
Meus pensamentos vagam... imagens estranhas se formam e se disperçam...
A cena de uma batalha campal aparece de repente e é como se eu estivesse lá.
O punho da espada em minha mão cerrada... o vento forte contra as bandeiras...
...os tambores retumbando atrás de mim como os trovões que anunciam a chuva que em breve cairá...
Mas logo em seguida estou de volta em minha casa, pensando...
...de onde vem tudo isso?
Meus olhos se fecham por breves segundos e continuo a digitar.
Eu não quero parar, mesmo que doa um pouco no peito...
...mesmo que um gelido arrepio atravesse minha espinha e me faça tremer...
Ao menos quatrocentas vezes eu repeti este ritual...
E eu lembro das noites acordado... noites em que meus pensamentos não queriam calar e nada mais me restava senão escrever e escrever...
Sobre o tempo... sobre as pessoas... sobre outros mundos... e sobre mim...

Esse tempo se foi...

Mas minha mão ainda aperta com força o cabo da espada... eu ainda sinto a ansiedade antes da batalha... o medo da morte... e uma empolgação quase descontrolada contraindo todos os musculos de meu corpo...

Eu ainda sinto as gotas de água quando atravesso as nuvens...
Vejo o brilho das estrelas distantes... e sinto o calor do sol quando é dia...
Ainda posso perceber o mundo pequeno quando vou a Lua...
E o poder que toma conta de mim quando adormeço no centro de um planeta qualquer...

E o paradoxo inexplicavel de esferas desconhecidas por muitos...
...sinto quando o tempo para...
...quando ele volta a correr...
...e quando consigo mudar o passado...

Reverbera em minha vida a ausencia de sonhos...
...mas sinto em minha essencia o que é ser um sonho...

Quero agarrar tudo isso!
E como se fosse água... me escapa por entre os dedos...

Anseio por um nascer de sol invertido...
Por mistérios e enigmas...
Anseio pelo desconhecido...
E a cada vez que lembro do que nunca foi visto...
Me perco...
Mais e mais nesta realidade paralela...
Distinta... e distante...
Como quase sempre... tão perto e ao mesmo tempo tão longe...

Diante de mim damas e cavalheiros...
Dançando a noite toda em um baile de mascaras...
Sob um céu lilás... sobre um marmore branco...

...acho que no final...
Todas estas palavras não passam de desculpas para negar minhas emoções...

...como sempre...

...como nunca...