Força

 

 


 

               As vezes eu sinto como se minhas mãos se movessem sozinhas pelas teclas, apertando aqui e ali formando palavras e frases numa sequencia que eu mesmo não saberia fazer.

                E sinto como se as lágrimas nunca choradas escorressem por minhas veias, se derramando no mesmo texto que talvez eu nunca tenha sentido verdadeira vontade de escrever.

                Então paro e penso no por que me sinto assim.

...E sem resposta apenas continuo.

               

Correndo por uma estrada solitária e sem fim.

                Em meio aos tropeços e barrancos.

Pisando em poças de lama e com o vento gelado contra meu peito.

Rasgando meus pulmões a cada respiração eu sigo.

 

                Em frente...

                ...Em frente...

                ...Em frente.

 

                Olhando pra trás apenas em meus pensamentos.

Minhas memórias aflitas de momentos torturantes que nunca se apagarão.

                Como fantasmas sempre colados, sempre tão perto.

                Arrastando suas correntes, passo a passo comigo nessa estrada.

               

Esperando eu parar.

                Esperando eu cansar.

                Torcendo para que eu caia de joelhos...

Esperando para me devorar.

 

                Pois que continuem a esperar.

                Pois quando penso de onde eu vim, percebo...

                Que mesmo nessa estrada sem fim estou exatamente onde deveria estar.

                Eu não fui criado... Eu me construí.

                Não fui educado... Eu me treinei.

                Não cresci... Me moldei.

                Me obrigando a ser forte, sequei as lágrimas em meus olhos.

                Me obrigando a ser forte, aguentei todas as feridas e todos os golpes.

                Levantei uma vez após a outra, calando as emoções em meu coração.

                Silenciando a dor eu briguei para acorrentar a raiva e a fúria dentro de mim.

               

Sim... Eu me obriguei a ser forte.

               

Sempre sozinho apesar de nunca solitário.

                Deixando sangue pelo caminho marcando o meu rastro.

                Até não haver mais nada a não ser isso...

 

                Força!

 

                Eu não preciso perdoar já que não posso mais ser ferido.

                Posso ser amigo até mesmo de quem me tem por inimigo. Ninguém é capaz de me oferecer qualquer perigo.

               

                Não existem ofensas, regras, obrigatoriedades ou destino.

                Apenas o que quero, o que faço, o que escolho e o caminho que sigo.

               

                Eu sou o Moon.

                Sou tudo e nada ao mesmo tempo.

                Sou o que eu escolher ser.

                Quando, como e onde quiser...

               

“O vento tempestuoso sopra contra mim.

                Os relâmpagos cortam o céu e os trovões tentam me ensurdecer.

                O mar me devora, me afoga e me arremessa.

                Mas nada disso me preocupa ou importa.

                Pois sou o vento, sou o mar e também os relâmpagos.

                Sou o céu e também a terra.

                Não preciso resistir.

                Sou a força que há em mim e também a única coisa que me afeta”

Moon Ghost

Escritor, designer, fotografo, musico, programador, ator, jogador, artista marcial e o que mais der na telha. Criador de mundos e alterador de realidades nas horas vagas.

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