Post mood: Kate McCoy - Dangerous to Know

Ele adentrou os portões mesmo sabendo que não deveria estar ali. Esperava ser capaz de convencer alguem a deixa-lo passar...
Essa parte foi fácil...
Diante do garoto porteiro, tudo o que ele precisou foi encara-lo nos olhos e sorrir.
Sem saber exatamente por que o fazia o garoto liberou a passagem e depois ficou a imaginar por que havia feito isso.

Ele continuou a procurar sem saber ao certo pelo que procurava.
Como poderia haver tantas salas e portas num lugar tão pequeno?

Quadro pelas paredes... pequenos portões de madeira esculpidos de forma detalhada...
Salas apenas com almofadas e tecidos coloridos... uma pequena nevoa perfumada...
Outras de completo vazio branco e sem graça...
Janelas que davam para outras salas...
E salas completamente escuras... assustadoramente sombrias...
Todas vazias... não havia nem mesmo um fração de energia... algo para servir de pista...

Decidido, resolveu correr. Não iria voltar atrás e nem desistir... nunca.
Atravessando com velocidade as salas mal se deu conta de quando finalmente chegou ao jardim.
O sol brilhava fraco por entre nuvens brancas num dia frio.
Pessoas bem arrumadas seguravam suas taças e o encaravam de forma estranha.
O verde da grama e plantas era escuro e sombrio.
Sentada próxima a fonte, em seu vestido azul e branco, ela mal percebeu ele se aproximar.

Havia alguma coisa naquela multidão de olhares e no silêncio ao redor.

- Que tipo de pedido de socorro foi este, afinal? Você não parece em perigo e esta não parece uma situação da qual alguem precise ser salvo.
- As coisas nem sempre são o que parecem... - disse a garota olhando-o seriamente. Levantou-se de uma só vez e o abraçou.
- O que há de errado afinal?

Sem obter uma resposta, julgou que o melhor era simplesmente responder o abraço.
Com a cabeça da garota encostada em seu peito, limitou-se a olhar ao redor e encarar alguns daqueles olhares quase malignos.

- Está bem... eu não faço idéia do que está acontecendo... mas vou tirar você daqui.

Ao som destas palavras ela apertou ainda mais forte os braços.
Ele afastou-a gentilmente e curvou-se um pouco para encostar sua testa com a dela, como costumava sempre fazer. Encarou-a nos olhos...

- Apenas confie em mim...

Ela ficou em silêncio e ele interpretou isto como um sinal de duvida.
Fechou seus olhos apenas por um momento e suspirou... mas na ocasião seguinte já estava preso na terrivel armadilha de um abraço... e um beijo apaixonado...
Era tarde demais para se livrar do calor daqueles lábios...
...tarde demais para fingir não saber...

Uma revolução de pensamentos surgiu em sua mente ao mesmo tempo em que o perfume dela misturava-se aos sons de seu coração acelerado...

Lentamente eles se separaram... primeiro os lábios... depois os braços...

...e por fim, quando seus olhos finalmente se encontraram...